Blogosfera na África 2010:Grupo B-Argentina

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Agora começamos a falar das seleções do Grupo B da Copa do Mundo de 2010. E começaremos logo falando do histórico de nossos grandes rivais, os nossos "hermanos", a seleção da Argentina, que disputará sua décima quinta Copa.

Na década de 20, a seleção argentina era uma das grandes potências da América do Sul disputando o posto de melhor seleção do continente com o Uruguai. Nas Olimpiadas de 1928 em Amsterdã, eles decidiram a final de futebol e os uruguaios saíram vitoriosos. Em 1930, na primeira Copa do Mundo da história, argentinos e uruguaios voltaram a decidir um torneio. Mas a Celeste levou a melhor sobre os "hermanos". A Argentina voltou para casa com uma derrota por 4X2 e com um vice-campeonato mundial.

Na Copa seguinte, em 1934, na Itália, o modelo de disputa era mazta-mata desde o início. A Argentina perdeu logo na partida de estreia para a Suécia e acabou sendo eliminada logo a primeira fase, ficando em nono lugar.

Entre 1938 e 1958, a seleção da Argentina ficou de fora da Copa do Mundo. E durante o período da II Guerra Mundial, quando não houveram as Copas de 1942 e 1946, o país tinha uma das maiores seleções do mundo. A base desse grupo era o River Plate dos anos 40, que era conhecido como "La Maquina". Eles retornariam em 1958, onde outra ficaram pelo caminho na primeira fase, ficando em 13º lugar.

Na Copa do Mundo de 1962, no Chile, a seleção alviceleste acabou caindo outra vez na fase inicial, ficando com o décimo lugar. Em 1966, na Inglaterra, terminaram o Mundial com a melhor campanha até então: um quinto lugar, sendo eliminados pela Inglaterra após uma partida bastante tumultuada que resultou na expulsão de um jogador argentino por ele não ter entendido o que o árbiro falava. Foi a partir deste episódio que foram criados os cartões amarelos e vermelhos e que seriam utilizados a partir da Copa de 1970, no México.

A Argentina voltou a ficar fora de um Mundial após ser eliminada pelo Peru nas Eliminatórias. Eles tiveram que se contentar em ver o maior rival Brasil levantar a Taça Jules Rimet em 1970 e sagrar-se tri-campeão. Mas eles voltariam em 1974 com um grupo bastante renovado, a Argentina acabou terinando em oitavo lugar, caindo em uma das semi-finais, que nas Copas de 1974 e 1978 eram disputadas em dois grupos com quatro seleções.

Em 1976 o país deu início a uma das fases mais negras de sua história. Um golpe militar liderado pelo general Jorge Rafael Videla derrubou a presidenta do país Isabelita Perón e deu início a uma das mais violentas ditaduras militares do continente. Dois anos depois a Copa do Mundo aportaria na Argentina, mas o país havia sido escolhido como sede doze anos antes, em 1966 num congresso da FIFA. Para que esta fosse uma Copa perfeita (para os argentinos), os donos do poder não mediriam esforços.

A seleção argentina caiu no Grupo A junto com Itália, França e Hungria. A campanha dos anfitriões não foi das mais animadoras. Após derrotar a Hungria e a França, ambos por 2X1, a Argentina perdeu para a Itália por 1X0, terminando em segundo lugar da chave, atrás dos italianos. Na segunda fase a Argentina foi para o chamado Grupo II que contava com Brasil, Polônia e Peru. Os argentinos não tomaram conhecimento dos poloneses e os derrotaram por 2X0. Foram para Rosário enfrentar o Brasil numa partida que ficou conhecida como "A Batalha de Rosário", o resultado foi 0X0, mas sobraram faltas violentas.

Ao enfrentar o Peru, que tinha a melhor defesa da Copa, os argentinos precisavam vencer os peruanos por uma diferença de quatro gols, para passarem para a final. Pois um pouco antes o Brasil vencera a Polônia por 3X1. Tarefa difícil. Mas o que se viu na partida contra o Peru foi uma seleção completamente entregue. A Argentina saiu vitoriosa pelo polêmico placar de 6X0. Para muitos a seleção do Peru entregou o jogo, sob pressão do governo militar argentino.

Chegou a final e a Argentina enfrentou a Holanda, que havia sido vice-campeã em 1974. No tempo normal o jogo terminou em 1X1. Mas na prorrogação a Argentina levantou o seu primeiro título com uma vitória por 3X1, com dois gols marcados por Mario Kempes (foto), que foi o artilheiro da Copa com seis gols.

Em 1982, na Espanha, com moral de campeã mundial e ainda com a estreia de Diego Maradona, a Argentina não repetiu a boa campanha da Copa de 78. Acabou ficando de fora na segunda fase, terminando com a décima primeira colocação.

No Mundial seguinte, no México, Maradona estava na sua melhor fase. Sob o seu comando a Argentina arrancou em busca de seu segundo título mundial. Outra vez eles ficaram no Grupo A junto com Itália, Coreia do Sul e Bulgária. A estreia foi contra a fraca Coreia do Sul e os sul-americanos venceram por 3X1. Na partida seguinte, eles apenas empataram contra a forte seleção italiana em 1X1. Encerrando a primeira fase, a Argentina derotou a Bulgária por 2X0 e se garantiu no primeiro lugar de seu grupo.

Nas oitavas de final, eles enfrentaram o rival Uruguai. A Argentina saiu com uma suada vitória por 1X0. Nas quartas, foi a vez de enfrentar um adversário bastante forte: a Inglaterra. Quatro anos antes argentinos e ingleses se enfrentaram em campo militar pela posse das Ilhas Fakland ou Malvinas. A guerra acabou sendo vencida pelos ingleses. Mas no México em 86, a luta seria em campo e esta se tornou uma das maiores partidas da história das Copas do Mundo, onde Maradona (foto), foi um único soldado derrotando um grande exército inglês.

A Argentina venceu esta partida por 2X1, com dois gols d'"El Pibe D'Oro". O primeiro gol foi uma verdadeira pintura, onde ele arrancou da intermediária, driblou todo o time da Inglaterra e quase que entra com bola e tudo. O segundo gol foi marcado descaradamente com a mão, mas não menos genial que outros gols marcados por ele. Após a partida ele apelidou este gol de "La Mano de Dios", que significa "A Mão de Deus".

Nas semis contra a Bélgica, Maradona deu o ar de sua graça novamente ao marcar os dois gols da vitória por 2X0. E na grande final contra a Alemanha, ele ficou sem marcar, mas mesmo assim a Argentina saiu vitoriosa por 3X2 e levantou a sua segunda Copa do Mundo.

No Mundial seguinte, em 1990, a Argentina entrou com moral para tentar o seu terceiro mundial. Logo na estreia foram surpreendidos por Camarões, perdendo por 1X0. Mas mesmo assim, conseguiram passar para as oitavas, enfrentando o Brasil e eliminando-o por 1X0. Eles chegaram à final, mas acabaram tendo que se conformar com o vice-campeonato por ter perdido a decisão para a Alemanha por 1X0.

Na Copa de 1994 a Argentina se envolveu no escândalo de doping. Os argentinos começaram arrasadores, num grupo relativamente fácil onde tinha Grécia, Nigéria e Bulgária. Após golearem a inexpressiva Grécia por 4X0, eles venceram a Nigéria por 2X1, mas acabaram perdendo para a Bulgária por 2X0, ficando em terceiro lugar da chave. Como a Argentina foi um dos melhores terceiros colocados, se classificaram para as oitavas e enfrentariam a Romênia. A Argentina se despediu da Copa após ser derrotada pela Romênia por 3X2 e acabou terminando em 11º lugar.

Em 1998, na França, os "hermanos" já sem Maradona, mas com Batistuta como líder da seleção, acabaram caindo nas quartas de final diante da Holanda, ficando com o sexto lugar. Em 2002, a Argentina pegou um grupo com Suécia, Inglaterra e Nigéria. A seleção argentina era apontada como uma das favoritas ao título, mas acabou caindo na fase de grupos e terminando em décimo oitavo. Em 2006, na Alemanha, foi eliminada pelo país-sede nos pênaltis, terminando assim em 6º.

Clique aqui e veja a campanha argentina pré-Copa 2010 (e uma homenagem a Lionel Messi) pelo "Futebol Música Etc"

Confira agora a final entre Argentina x Alemanha da Copa do Mundo de 1986


Um comentário:

Carol Sakurá disse...

Ah,os hermanos!
Não podemos esquecer que o Mister Messi está com eles..rs.
Bjs!