O Blogosfera na África agora abre passagem para uma das seleções mais vitoriosas do mundo, cabeça de chave do Grupo D e uma das favoritas ao título de 2010: a seleção da Alemanha.
A Alemanha foi convidada para a disputa da Copa de 1930, no Uruguai, mas recusou. A sua primeira participação se deu em 1934, na Itália, quando ficou com o terceiro lugar da competição, perdendo a semifinal para a Tchecoeslováquia.
No ano de 1938, o exército alemão ocupou a Áustria, anexando o país à Alemanha. Na Copa do Mundo, que foi realizada na França, a "nova" seleção "austro-alemã", pois contava com jogadores austríacos, não passou da primeira fase, ficando em décimo lugar. A Alemanha em virtude da Segunda Guerra Mundial foi punida com o banimento pela FIFA e por isso ficou de fora da Copa de 1950, que foi realizada no Brasil.
Em 1954, a FIFA aceitou de volta a Federação Alemã, e foi nesse Mundial, que foi realizado na Suíça que começou o chamado "Milagre de Berna". Os alemães ficaram no Grupo 2 ao lado da Hungria, Turquia e Coreia do Sul. A estreia alemã foi com goleada por 4X1 sobre os turcos. Na partida seguinte, foram atropelados pelos "magiares mágicos" da Hungria por 8X3. Alemanha e Turquia estavam empatados em pontos e foi preciso um jogo desempate para decidir quem passaria para as quartas de final. A Alemanha saiu vencedora após aplicar uma goleada por 7X0.
Na segunda fase, enfrentaram a Iugoslávia e venceram por 2X0, seguindo para as semifinais. Na fase seguinte, jogaram com a Áustria. Os alemães golearam os antigos rivais por 6X1 e passaram para a sua primeira final em Copas do Mundo. Só que eles não tinham uma seleção qualquer: era a poderosa Hungria, a mesma seleção que os havia goleado na fase de grupos, liderada por Férenc Puskas, o "Major Galopante". Só um milagre tiraria o títulos das mãos dos húngaros, campeões olímpicos de 1952 e invictos há quase dois anos.
O dia 4 de julho havia chegado e a cidade era Berna, capital da Suíça. Alemães e húngaros frente a frente. E logo no início da partida, dois gols marcados para a Hungria num intervalo de dois minutos: Puskas, aos seis e Czibor, aos oito. Desepero alemão, só mesmo uma força maior para virar a partida. A Alemanha respondeu rápido, aos dez, Morlock diminuiu e aos 18, Rahn empatou. Na volta do intervalo, o jogo continuou truncado até que aos 39 do segundo tempo, Rahn deu vida ao chamado "Milagre de Berna", virada alemã por 3X2, a recuperação da auto-estima de um povo devastado pela Guerra poucos anos antes e Fritz Walter (foto) levantando a Copa pela primeira vez na história do futebol alemão.
Em 1958, a Alemanha chegou à Suécia com moral de campeã do mundo, mas decepcionou ao ficar apenas em quarto lugar, perdendo a decisão do terceiro lugar para os excelentes franceses, que tinham o artilheiro daquele Mundial. Em 1962, no Chile, com uma seleção mais renovada, não passou das quartas de final e ficou em sétimo lugar.
Em 1966, na Inglaterra, foi testemunha de uma das maiores polêmicas da história das Copas, a Alemanha chegou à final para enfrentar a Inglaterra, mas perdeu o título por 4X2. Um dos gols marcados pelos ingleses, na prorrogação, foi validado pelo árbitro. Um jornal alemão noticiou no dia seguinte à derrota a seguinte manchete:"Uma derrota por 2X2". Na Copa seguinte, em 1970, no México, os alemães ficaram pelo caminho nas semifinais. Foi uma das partidas mais emocionantes dos Mundiais. Alemanha e Itália protagonizaram um grande duelo, vencido pelos italianos por 4X3, na prorrogação. O consolo para os alemães foi ficar com o terceiro lugar e ficar com o artilheiro da competição: Gerd Müller, com 10 gols.
Copa do Mundo de 1974, país sede, a própria Alemanha. Os alemães queriam fazer o melhor Mundial de todos e não economizaram em construção de novos estádios, alguns deles reaproveitados das Olimpíadas de Munique, dois anos antes. E a seleção vivia um grande moemnto. Liderada por Franz "Der Kaiser" Backembauer (foto), eles estavam com sede de título. Como anfitriões, a Alemanha ficou no Grupo A junto com a vizinha Alemanha Oriental, Chile e Austrália. A estreia foi contra os chilenos e a Alemanha sofreu um pouco para vencê-los poer 1X0, com um gol marcado por Paul Breitner. O próximo adversário foi a estreante Ausrália, vitória fácil da Alemanha por 3X0 e garantia de classificação para a segunda fase. O último jogo da fase de grupos foi apenas para cumprir tabela. Perderam para os alemães orientais por 1X0, mas ambas as Alemanhas estavam classificadas para a próxima fase.
Na segunda fase, ficaram no Grupo 2 onde tiveram a companhia de Polônia, campeã olímpica de 1972, Suécia e Iugoslávia. O primeiro colocado da chave passaria para a final. A Alemanha enfrentou a Iugoslávia e venceu por 2X0. No segundo jogo, jogaram com a Suécia e golearam por 4X2. Para fechar com chave e ouro de selar a classificação para a final, derrotaram a Polônia de Georgz Lato por 1X0.
A exemplo do que ocorrera vinte anos antes, a Alemanha tinha pela frente mais uma seleção tentação na final: a fascinante seleção da Holanda, que liderada por Johan Cruyff, jogava num esquema onde todo mundo atacava e defendia. A seleção holandesa era chamada de "Laranja Mecânica". Aos dois minutos, Neeskens marcou um gol de pênalti para os holandeses. Aos 27 ainda na primeira etapa, foi a vez de Breitner empatar a partida num pênalti sofrido por Gerd Müller. Aos 43 ainda do primeiro tempo, Müller fechou a conta e virou a partida para a Alemanha por 2X1, sacramentando o bi-campeonato mundial.
Já em 1978, na Argentina, ficaram apenas com a sexta posição, por terem ficado pelo caminho na segunda fase. Em 1982, uma nova geração de jogadores estava surgindo, dois anos antes, em 1980, a Alemanha levantou o título da Eurocopa e lançou craques como o goleiro Schumacher, Rummenigge e Alloffs. Na Espanha, eles voltaram com força total, mas não conseguiram o tri-campeonato, perderam para a Itália por 3X1. Em 1986, no México, praticamente foi o mesmo grupo de jogadores para a Copa e novamente foram finalistas, mas não levantaram a taça. Foram derrotados pela Argentina do genial Maradona por 3X2.
A Copa de 90 foi a primeira depois da reunificação das duas Alemanhas, mas ainda jogaram o Mundial sob o nome de Alemanha Ocidental, pois o Muro de Berlim havia caído em novembro de 1989, logo depois das Eliminatórias. Eles ficaram no Grupo D, junto com Iugoslávia, Colômbia e os Emirados Árabes Unidos, uma chave fácil. A estreia alemã foi logo com goleada em cima dos iugoslavos por 4X1. Na próxima partida as vítimas foi os estreantes Emirados Árabes Unidos, que mesmo sendo comandados por Zagallo, engoliram um massacre de 5X1. Para fechar a fase de grupos, ficaram num empate com a surpreendente Colômbia por 1X1.
Nas oitavas de final, enfrentaram a Holanda e os alemães saíram com a vitória por 2X1. Nas quartas, passaram pela Tchecoeslováquia por apenas 1X0. E nas semis, a tensão foi grande. Enfrentaram a Inglaterra, de Gary Lineker. A partida no tempo normal terminou em 1X1, na prorrogação, não houve gols. Disputa de pênaltis à vista. A Alemanha conseguiu passar para a final por 4X3, após um erro do inglês Waddle, por ter cobrado a sua penalidade pra fora.
Outra vez Alemanha e Argentina se encontravam numa final. O palco foi o Estádio Olímpico de Roma. Era a oportunidade dos alemães de se vingarem de 1986, com Maradona e tudo jogando pelos argentinos. O título saiu após um pênalti salvador a favor da Alemanha. Adreas Brehme converteu corretamente e levou a Alemanha ao tri-campeonato. Lothar Mathäus (foto) era o grande nome daquela equipe e o capitão dela. Beckembauer, pela segunda vez comemoraria o título de campeão do Mundo, desta vez como técnico.
A Copa de 94, disputada nos Estados Unidos mostrou uma seleção alemã muito envelhecida, praticamente com pouqúissimos novos nomes, a maioria dos jogadores havia participado do tri-camponato de 1990, alguns, do vice de 1986 e apenas Mathäus havia jogado a Copa de 82. Essa falta de renovação custou à Alemanha uma eliminação para a surpresa da Copa, Bulgária nas quartas de final e apenas um quinto lugar. Em 1998, na França, as coisas pouco mudaram, desta vez o líder daquele grupo era Jürgen Klinsmann, mas não passaram das quartas novamente e de novo uma seleção surpreendente os eliminou, desta vez foi a Croácia, dando o sétimo lugar para os alemães.
Em 2002, na Coreia e no Japão, o time foi todo reformulado, inclusive contava com jogadores estrangeiros em sua equipe como Mirolav Klose, que é polonês de nascimento, Neuville, suíço e Asamoah, ganês. Essa mistura toda fez uma seleção mais forte, chegando à final, mas sendo derrotada pelo Brasil por 2X0, com dois gols de Ronaldo e mesmo assim o goleiro Oliver Kahn recebeu o prêmio de melhor jogador da Copa.
Em 2006, a Copa novamente aterrissou em território alemão. A ideia era fazer uma Copa alegre, a Copa da Amizade. E a seleção alemã se renovou novamente tendo o ex-jogador Klinsmann como técnico, bastante inovador mesmo, já que ele sequer viva no país, ele morava na Califórnia. Mais estrangeiros na equipe, caindo por terra aquele antigo lema do nazismo da "raça pura alemã", mostrando que a própria Alemanha era o resultado de várias etnias diferentes. A campanha foi bastante empolgante, chegando até a eliminar a Argentina nas quartas de final nos pênaltis, mas não conquistaram o sonhado tetra, que ficou com a Itália. A Alemanha ficou apenas em terceiro lugar.
Clique aqui e confira a campanha alemã para a Copa 2010 pelo blog Futebol Música Etc
Confira agora o gol do tri-campeonato mundial da Alemanha, diante da Argentina em 1990.
Confira agora o gol do tri-campeonato mundial da Alemanha, diante da Argentina em 1990.
Um comentário:
Grande Alemanha!
Saudades daquele time que foi campeão mundial na época de Lothar Matthews como jogador.
Abs!
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